Estrabismo: 6 dúvidas mais comuns

Sumário

O estrabismo é o desalinhamento entre os olhos, popularmente conhecido como “vesgo”. Ele decorre de uma alteração na coordenação dos músculos oculares, o que provoca um desvio fixo ou intermitente. Ele pode ocorrer em qualquer idade, apesar de mais frequente em crianças. Pode ser súbito (de uma hora para outra), ou progressivo (desvio vai ficando maior e mais frequente com o passar do tempo).

É uma patologia em que ainda há muita desinformação, o que dificulta e atrasa o tratamento adequado. Nas crianças por exemplo, essa falta de assistência, leva esses pacientes estrábicos a desenvolverem graves problemas visuais. Nos adultos, as dificuldades funcionais, emocionais e sociais também são minimizadas. Entenda a seguir as principais dúvidas, e não o deixe de procurar um especialista em estrabismo caso você ou seu filho apresente essa condição.

1) Estrabismo tem cura?

Sim, o estrabismo tem tratamento em praticamente todos os casos. Pode ser feito com uso de óculos, uso de tampão (oclusor), aplicação de toxina botulínica (Botox) ou cirurgia. Os tratamentos descritos são muito efetivos, além de agir no alinhamento ocular, podem trazer melhora na função visual.

Correção de estrabismo não é uma abordagem estética, e sim reparadora. Estética é quando você busca melhorar algo que já está bom, que está normal e funcional. Reparador é quando você traz para normalidade algo que não estava.

Infelizmente a desinformação atrasa muitos tratamentos que poderiam ter sido realizados mais precocemente. Além de prejudicar a visão, há muitos prejuízos no desenvolvimento motor, social e emocional da criança e do adulto. . Tratar o estrabismo é indicado assim que for diagnosticado pois ele não irá melhorar sozinho.

Cada tipo de desvio vai ter um tratamento específico, fatores como idade e tempo de evolução vão influenciar nessa escolha. Em alguns casos pode haver combinação de mais de um tratamento. O importante é saber que os tratamentos disponíveis são altamente eficazes e precisam ser feitos o quanto antes.

Cada caso é único e precisa ser avaliado individualmente para definirmos qual vai ser a melhor opção.

2) O tampão cura o estrabismo?

O tampão é usado no estrabismo para estimular a visão caso ela esteja prejudicada em decorrência do desalinhamento ocular. O objetivo dele é melhorar a visão, forçar aquele olho a ser mais usado. Ele não tem interferência na musculatura dos olhos que provocam o estrabismo, ele é apenas uma forma de conseguirmos que o olho desviado seja o único “disponível” e com isso estimular a melhora da visão desse olho.

Visão no estrabismo. tampão ocular.

Em alguns casos específicos de estrabismo sensorial, a melhora da visão pode levar a uma progressão do alinhamento ocular, mas na maioria dos casos vai ser necessário associar uso de óculos ou cirurgia para corrigir o estrabismo.

3) Qual a melhor idade para operar estrabismo?

Não há uma idade específica. Como já explicado, existem vários tipos de estrabismo e para cada um deles vai ter uma idade ideal para operar. Mas isso não significa uma idade “limite”. A idade ideal é aquela em que teríamos a maior soma de benefícios de realizar a cirurgia naquele momento, mas mesmo passado esse período, a cirurgia também é realizada e com altas taxas de sucesso, inclusive em adultos ou idosos.

Então assim que perceber o estrabismo, ou mesmo que ele exista faz tempo, mas só agora descobriu que tem tratamento, o importante é buscar atendimento com oftalmologista especialista em estrabismo para resolver essa condição o quanto antes.

4) Adulto pode operar estrabismo?

Sim! A cirurgia pode ser realizada nas situações a seguir:

  • Se o estrabismo for desde a infância e nunca operou.
  • Se o estrabismo tiver iniciado na vida adulta.
  • Se já operou e o desvio retornou.
  • Se já operou mas não corrigiu tudo e falta complementar a cirurgia.
  • Independente da idade que tenha.

O tratamento cirúrgico no adulto é muito eficaz e traz inúmeros benefícios, desde uma melhora da função visual até a recuperação de sua auto estima, confiança, vida social e emocional.

5) Pode realizar mais de uma cirurgia?

Sim, não há limite máximo no número de cirurgias realizadas para chegar ao melhor resultado. Tanto para complementar uma cirurgia em que teve melhora do desvio mas ainda não foi alcançado o alinhamento desejado, tanto nos casos em que o desvio retornou após algum tempo. Importante informar, que na maioria dos pacientes (80-90% dos casos), apenas uma cirurgia vai ser suficiente para resolver o estrabismo.

6) É normal o bebê entortar os olhos?

O desalinhamento ocular intermitente , ou seja, de vez em quando, pode ocorrer nos bebês de até 3 meses de vida. Nessa idade, eles estão amadurecendo o sistema visual, ainda enxergam de forma rudimentar, por isso essa falta de coordenação entre os olhos pode ser percebida. O desvio ocular nao vai ser considerado “normal” se o bebê já estiver com 4 meses ou mais, ou se o desvio ocular for constante, ou seja o olho fica torto o tempo todo. Nessas situações a avaliação com especialista em estrabismo precisa ser o quanto antes.

A Dra Isabelle é oftalmopediatra e especialista em estrabismo, tem muitos anos de experiência e com isso sabe examinar com precisão mesmo os pequenos que ainda não falam ou não colaboram ativamente com o exame oftalmológico. Com métodos adequados para cada idade, é possível identificar sinais precoces de desalinhamento ocular. Ao longo dos anos desenvolveu um olhar atento não apenas para a precisão técnica que cada cirurgia exige, mas também para as particularidades de cada paciente.

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Oftalmopediatra

Cuidar da saúde ocular na infância é investir em um desenvolvimento mais pleno e saudável. A oftalmopediatria é a área da oftalmologia dedicada exclusivamente ao acompanhamento visual de bebês, crianças e adolescentes, com foco em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das alterações que podem comprometer a visão nessa fase tão importante da vida.

Muitos problemas visuais podem passar despercebidos nos primeiros anos, já que as crianças nem sempre conseguem expressar o que estão sentindo. Por isso, a avaliação oftalmológica desde os primeiros meses é essencial, mesmo quando não há sintomas aparentes.

No consultório, recebo cada criança com acolhimento, paciência e atenção às suas necessidades e ao seu tempo. Minha missão é tornar esse momento leve, seguro e informativo também para os pais, oferecendo orientações claras e acompanhamento próximo.

Quando procurar um oftalmopediatra?

  • Para realizar o primeiro exame oftalmológico do bebê (idealmente no primeiro ano de vida);
  • Ao perceber sintomas como olhos desviados, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, dificuldade para enxergar ou baixo rendimento escolar;
  • Em casos de histórico familiar de problemas oculares;
  • Para acompanhar o desenvolvimento visual ao longo da infância e adolescência.